O puerpério um pouco mais leve: o que você precisa saber?
Autocuidado e informação: dois itens simples e que fazem toda a diferença nessa fase!
Até pouco tempo atrás, o período da gestação de uma mulher era focado única e exclusivamente no bebê, já reparou? Assim, todos os olhos e atenções se voltavam ao recém-nascido: e se ele não conseguir pegar o peito? E se eu não tiver leite para o meu neném? E se eu não for uma boa mãe? Como saber se ele tem cólica?
São perguntas válidas, claro. Mas elas colocam a mulher numa situação que quase a obriga a estar 100% bem para cuidar do filho. Felizmente, com o maior acesso à informação, temos discutido muito a questão do puerpério, seja nas redes sociais, seja na televisão e demais veículos.
Isso é extremamente importante, sabia? Afinal, junto do bebê, nasce uma mãe — mesmo que não seja o primeiro filho, cada gestação e cada criança são únicas, tal qual o puerpério, que pode ser mais ou menos intenso. Assim, é nossa obrigação conversar mais sobre o assunto e entender que o puerpério pede muita atenção.
Para isso, contamos com a ajuda da médica ginecologista Carolina Mocarzel. Quanto mais falarmos, mais desmistificamos o tema. Vamos juntas?
O que é o puerpério?
O puerpério é o período logo após o parto. “É um momento de transição importante, porque a mulher sai de um contexto hormonal, no qual passou nove meses numa adaptação do organismo dela para a gravidez e, de uma forma abrupta, ela passa por mais outra transição hormonal para começar a amamentar”, explica a médica.
É também no período do puerpério que o corpo tem que se reestruturar para voltar ao que era, ou seja, órgãos como o útero vão voltando ao tamanho de antes da gestação. O útero, por exemplo, sai de 32 centímetros de tamanho e chega a 7, considerado “normal”. Mas isso vai além e Carolina faz uma observação importante: nem tudo deve girar em torno da questão física.
“Há uma questão emocional do puerpério, que envolve um novo modelo de vida. Esse iniciar da maternidade é muito estressante para a mulher. São transformações hormonais, anatômicas, e o social e o emocional muito pouco abordados. Em um estalar de dedos, você volta para a casa com uma criança e com o seu corpo em um turbilhão de transformações”, explica.
Pense só: você tinha uma vida toda regrada, com trabalho, atividade física, questões da casa, saída com amigos… De repente, isso tudo se afasta, e é um momento novo que gera dúvidas. Natural, certo? Por isso, falar a respeito é tão importante, assim, desmistificamos que mães nascem prontas.
Quanto tempo dura o puerpério exatamente?
A duração do puerpério é de 45 dias, “apesar de que a literatura científica tem algumas variações”, ressalta a ginecologista. Mas, no geral, podemos contar esse período, também conhecido como resguardo ou quarentena (diferente, é claro, da que vivemos na pandemia). O puerpério coincide com a fase da exterogestação, momento da maternidade que também exige ainda mais atenção dos pais.
Quais são as principais alterações no corpo durante essa fase?
Além do fato de nosso corpo ir voltando ao que era antes da gravidez, há alguns outros pontos que se destacam no puerpério. Não importa se tenha sido parto humanizado, normal ou cesárea. Existe, sim, o sangramento vaginal (lóquio) que pode levar de 30 a 45 dias.
Nos primeiros dias, ele é bem parecido com a menstruação e depois vai ficando mais ralo e rosado, até que acaba. E a função reprodutora da mulher acaba sendo interrompida nessa fase, de forma natural. Já as relações sexuais devem voltar apenas quando o médico der alta. Pode acontecer incontinência urinária e a menstruação retorna cerca de 30 dias pós-parto, quando o organismo vai voltando ao normal.
E o lado emocional?
As mudanças hormonais do puerpério são reais, já que a mulher deixa de fabricar os hormônios da gravidez — fato que se une à intensidade e novidade dos primeiros dias e podem sobrecarregar o psicológico da recém-mamãe. Por isso, Carolina comenta que é muito importante ler e entender melhor sobre a fase de puerpério para não ser pega de surpresa.
“Devemos falar do puerpério no pré-natal. Em geral, esses exames têm foco em ver se a barriga está crescendo, se o bebê está bem, ajustar vitaminas… Mas existe uma falta de cuidado em abordar o que vai ser depois que a barriga murchar”, ela aponta.
Nesse sentido, é muito relevante que, durante o pré-natal, “fale-se da expectativa versus realidade e das possíveis dificuldades, porque é óbvio que o puerpério é um momento único — cada mulher experimenta um tipo e dificilmente eles são iguais”, revela a especialista. Mas, preparar a mulher para que ela esteja consciente é o primeiro ponto para que o desafio seja melhor.
Quais são os principais desafios do puerpério para a mãe?
A doutora Carolina fala em três principais desafios. Veja só!
Adaptar-se à rotina do bebê
Isso é uma caixa de surpresas, pois cada bebê tem suas particularidades. Vão ter mamadas mais tranquilas, que trazem uma madrugada mais flexível. Mas tem o bebê com uma mamada mais difícil, que acaba machucando os mamilos, gerando madrugada inconstante — isso impõe mais cansaço, incertezas e um desgaste maior.
Criar uma rede de apoio
Aqui, a ginecologista fala que rede de apoio não é ter uma babá necessariamente, mas ajuda para diversos momentos. Você pode ser uma mulher que dá conta de muita coisa, mas vai precisar de ajuda no puerpério, alguém que chegue de manhã e permita que você tome um café com calma, um banho para começar o dia ou um cochilo entre mamadas.
A doutora também comenta que “a gente fala demais do bebê no pós-parto, mas a mulher que pariu precisa ser cuidada. Esse acolhimento é determinante, inclusive, para que os casos de depressão pós-parto sejam menores”.
Buscar informações sobre essa nova rotina de vida
A sensação era de chegar com um bebê que vai mamar, dormir e pronto, certo? “Mas não é isso, então, ter informação sobre essa nova fase faz uma diferença enorme. Devemos ler sobre mamada, puerpério — a mãe precisa se engajar nesse momento”, aconselha Carolina Mocarzel.
Por que a rotina de autocuidado pode fazer a diferença?
Simples! Ela é um dos pilares da saúde da mulher. Especificamente no puerpério, essa rotina implica tudo. Desde entender seus limites até individualizar os cuidados estéticos — parece ser banal, mas não é: temos um corpo em transição, precisamos cuidar da pele, das mamas, do cabelo. “Por exemplo, pode haver a queda de cabelo no pós-parto”, revela a médica.
E tem mais, viu? O autocuidado é o primeiro passo para que a gente tenha estrutura emocional para lidar com o puerpério. Envolve também sua alimentação enquanto você amamenta e pensar que você precisa de sono para driblar as madrugadas.
Como os produtos da Granado podem ajudar no autocuidado?
Todos os produtos da Granado e Granado Bebê são muito pensados para auxiliar na sua autoestima e fazer um carinho nos momentos de autocuidado — mesmo que tenham que ser mais rápidos nessa fase.
Um banho com sabonetes de glicerina, seguido do uso de hidratantes e óleos suaves e até o ato de acender uma vela enquanto você se cuida são jeitos bacanas de dar uma melhorada no ânimo do seu dia. E cuidar de você envolve também estar com disposição para o seu pequeno, não se esqueça!
O puerpério é marcante por causa da transição emocional, pelo misto de felicidade e insegurança. Então, talvez isso fique apagado, a mãe foca no filho e esquece ela mesma. Portanto, para passar pelo puerpério com saúde física e mental, lembre-se de ler mais, ouvir podcasts sobre o assunto e pedir ajuda. Ninguém nasce uma supermãe, afinal!
Agora, o que acha de conferir o e-commerce da Granado para adquirir alguns dos produtos que falamos por aqui? Você pode recebê-los na tranquilidade da sua casa!